O ferroanel, tão necessário para o escoamento de mercadorias na região metropolitana de São Paulo, além de abrir caminho para que a CPTM reduza o intervalo entre trens, dá mais um passo para se tornar realidade. De acordo com o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, que coordena o Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas (PPPs), nos próximos dias deve ser assinado protocolo entre o governo do Estado e o Ministério dos Transportes para desenvolvimento conjunto dos projetos de trens metropolitanos e do trem de alta velocidade. De acordo com Afif, o ferroanel vai permitir a saída dos trens de cargas da área urbana e com isso o enterramento dos trilhos na área central da cidade. “Isso abre espaço para que os projetos de trens regionais tenham uma estação central na Água Branca [região oeste da cidade] que seja interligada ao trem-bala. Não aguentamos mais o peso dos trens de carga na cidade”, conta.
Segundo entrevista do vice governador ao jornal “Valor Econômico” a proposta é conciliar os projetos, fazendo com que a estação seja um centro de distribuição de passageiros (hub) do trem-bala em São Paulo. Já o projeto de trens metropolitanos prevê que três linhas cheguem à estação: São Paulo-ABC-Santos; São Paulo-Campinas-Jundiaí; São Paulo-São Roque-Sorocaba. “Tínhamos ainda a previsão de uma linha entre São Paulo-Guarulhos-São José dos Campos que deverá ser suprimida por ser atendida pelo trem de alta velocidade”, diz.
A construção do ferroanel paralelo ao rodoanel deve trazer vantagens com relação ao licenciamento ambiental. “Ainda precisa montar o projeto, mas pode aproveitar o que já existe de licenciamento, pagando o direito de passagem da rodovia, que hoje é pago para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para passar pelas linhas que cortam a cidade”, diz Afif.
O vice-governador lembra ainda que o ferroanel irá acabar com a fila de trens que esperam o período noturno para passar pelas linhas, que servem para o transporte de passageiro durante o dia, além de diminuir o trânsito de caminhões na cidade. “A estimativa é que a redução chegue a 2 milhões de caminhões por ano. Isso melhora a competitividade do país.”
Segundo o ministro dos Transportes, Paulo Passos, a meta é tirar o ferroanel de São Paulo do papel até junho de 2013.