Não é de hoje que o transporte sobre trilhos é usado ora para atacar o governo paulista, ora para o próprio governo se promover. Agora a eterne guerra de braço entre os dois partidos que vem polarizando as eleições em todo o Brasil chega a CPTM. O PT enviou ao Ministério Público (MP) pedido de investigação de supostas irregularidades na gestão e aplicação de investimentos da CPTM. O pleito foi acatado e o MP abriu inquérito civil para apurar as supostas irregularidades. A empresa tem até o final deste mês para se manifestar.
O inquérito foi aberto a pedido do líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Alencar Santana. Segundo o deputado, há “inadequação no uso do orçamento de manutenção” e “riscos de acidentes nos trens”. Segundo ainda Santana, houve “redução no investimento em manutenção” das linhas. “O governador (Geraldo Alckmin, do PSDB) fez uma readequação do orçamento e reduziu em R$ 165 milhões o custo de manutenção passando para custeio”, afirmou, citando o decreto nº 57.993 de 20 de abril de 2012, que remanejou cerca de R$ 165 milhões do orçamento da CPTM. “Queremos que apure se há irresponsabilidade de gestão nesta questão”, disse.
Já a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirmou que a acusação “não tem o menor fundamento”. “O decreto 57.993, de 20 de abril de 2012, faz um aporte na dotação orçamentária da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos no valor de R$ 125 milhões para obras e instalações e de R$ 40 milhões para despesas com pessoal, terceiros e custeio. Todas essas despesas podem ser consideradas como itens de manutenção, já que as obras e instalações citadas são de manutenção, assim como os gastos com pessoal que trabalha neste serviço”, afirmou a assessoria por meio de nota. A CPTM confirmou que irá responder a todas as questões no prazo estipulado.
Por Renato Lobo