Quem mora em São Paulo sabe o quão é estressante se deslocar na megalópole, seja em horário de pico, ou em algum outro horário, visto que engarrafamento não tem horário para acontecer. Quem anda de carro ou de ônibus fica preso no trânsito, que vai de metrô ou trem vai apertado, a chamada sensação lata de sardinha. O transporte público de São Paulo leva 17 milhões de pessoas. Já cinco milhões vão de carros.
Por mais que seja falado sobre investimentos na mobilidade urbana, outro fator que não podemos desprezar é o uso mais lógico do solo. Nesta semana o Jornal Nacional, da TV Globo trouxe uma matéria bem interessante que trata justamente das chamadas “Cidades Dormitório”.
Bairro distante do centro da Capital Paulista, a Cidade Tiradentes, era uma fazenda que havia na região na década de 1970, e foi comprada pelas empresas de habitação do governo para realizar o projeto de um bairro dormitório. “Esses conjuntos são construídos para famílias de baixa renda no local periférico, porque lá a terra é mais barata, já que ela é mais precária e está mais distante das oportunidades de emprego”, explica o urbanista Kazuo Nakano na reportagem.
A disputa por uma vaga é grande em Cidade Tiradentes. São 46 moradores para cada emprego. Bem diferente do que acontece na Sé, no Centro de São Paulo, que oferece o maior número de oportunidades na cidade. Lá, são 28 empregos para morador. Então por que não desenvolver estas bairros para que o cidadão não tenha que se deslocar 30 ou 40 km por dia?
A reportagem mostra o outro lado, o da empresária Nirvana Marinho, que trabalha perto de casa: na volta para casa tem farmácia, restaurante. “Meu banco está na esquina. Minha agência jurídica, na outra esquina. Tudo pertinho.”
A pé, leva cinco minutos. Sem congestionamento, nem aperto no ônibus. “Eu chego mais cedo no trabalho, eu trabalho melhor. Seria um luxo para São Paulo e para todas as cidades”, avalia a empresária.
Por Renato Lobo, com as informações de G1