Continua a onde de paralisação de obras do Metrô. Agora o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu à Justiça a suspensão das obras da linha 4 do metrô até que seja concluído o processo de licenciamento ambiental. O MP questiona a alteração do traçado da linha sem a realização de uma nova audiência pública e aponta irregularidades no projeto.
De acordo com o promotor Carlos Saturnino, a obra teve metade do traçado original descaracterizada e é preciso apresentar o projeto da linha 4 na íntegra para a sociedade.
Entre as propostas da ação civil pública estão a suspensão da licença parcial concedida para o projeto e a garantia de que a estação Gávea será executada em dois níveis distintos, permitindo uma futura ligação da Barra (zona oeste) com o centro, da zona sul com a Barra, da Tijuca (zona norte) com a zona sul (através da estação Uruguai) e do centro com os bairros de Botafogo, Humaitá, Jardim Botânico e Lagoa (todos na zona sul).
Saturnino também questiona a eficiência da nova linha. “A opção por transformar a Linha 4 em mera extensão da Linha 1 é aparentemente incompreensível, não apenas porque aumenta a distância e o tempo gastos para o usuário da Barra chegar ao centro, mas também porque as Linhas 1 e 2, em horários de pico, já enfrentam enormes e notórias dificuldades operacionais decorrentes da superlotação”, afirma um trecho da liminar.
A ação conta com o apoio de 18 associações de moradores. Entre os réus estão o governo do Estado do Rio de Janeiro, a Riotrilhos (Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro), o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), a Concessionária Rio-Barra S/A e a CBPO Engenharia Ltda.
O traçado original da Linha 4 do metrô previa a ligação da Barra da Tijuca à Linha 1 por meio das estações Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Jóquei (Jardim Botânico), Humaitá e Morro de São João (Botafogo). O projeto em execução muda a configuração da linha para Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah, Praça da Paz e General Osório 2, tornando-a uma extensão da linha 1.
Por Renato Lobo, com as informações de Folha de S. Paulo