O presidente do Metrô de São Paulo, Sérgio Avelleda, negou nesta quarta-feira (30) ter beneficiado vencedores da licitação para as obras da Linha 5-Lilás. Em entrevista concedida a TV Globo, ele nega a acusação do Ministério Público de que tenha provocado prejuízo de mais de R$ 300 milhões.
“Os preços oferecidos pelas empresas são menores que o orçamento do Metrô, o que torna o preço compatível com o orçamento que nós temos do custo da obra”, afirmou Avelleda. “Se o preço está bom e a licitação formalmente está correta, e não há prova da fraude, outra opção não há se continuarmos com a obra.”
Afastado pela juíza da nona vara da Fazenda Pública e reconduzido ao cargo pelo Tribunal de Justiça, o presidente do Metrô disse que não houve irregularidades na licitação para a ampliação da Linha 5-Lilás. Segundo ele, a direção da companhia respeitou à risca o edital.
Avelleda foi acusado de não ter seguido a recomendação do Ministério Público de suspender as obras depois da denúncia feita pelo jornal “Folha de S.Paulo” de que a licitação tinha sido um jogo de cartas marcadas. O jornal registrou em cartório quem ganharia a concorrência cinco meses antes do anúncio oficial dos vencedores.
“O governo do estado suspendeu os contratos até maio para investigar. A denúncia do jornal, depois de publicada, vira um fato jurídico, que precisa ser provado, e nós não encontramos uma prova robusta do alegado na denúncia. Por isso decidimos tocar os contratos”, afirmou.
Depoimento desaparecido
Também nesta quarta, o promotor Marcelo Milani entrou com um pedido na Vara da Fazenda Pública para apurar o desaparecimento de um depoimento no processo que investiga possíveis irregularidades na licitação.
O promotor quer saber como desapareceu do processo o depoimento do vice-presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia de São Paulo. Para ele, esta era uma das peças mais importantes da investigação. “Era um depoimento prestado por um dirigente de uma entidade de classe, prestado junto à Promotoria, que narrava as diversas irregularidades ocorridas na licitação do processo executivo da mesma extensão da Linha Lilás do Metrô.”
O sumiço do depoimento não prejudica o andamento do processo, já que a Justiça tem cópia da declaração do executivo. Mesmo assim, o promotor estranhou o desaparecimento e quer uma investigação. “Para nós é um fato grave e incomum, que exige apuração não só da própria Vara da Fazenda Pública, mas também da polícia. Porque, a nosso ver, trata-se de uma conduta criminosa.”
Com as informações de G1