Robson Fernandjes/AE |
A troca de 500 pontos de ônibus de madeira por postes de eucalipto, prevista agora em um pregão eletrônico da Prefeitura de São Paulo, provocou críticas de empresas contrárias à medida. As contestações são de que o governo fomenta o avanço de uma cultura que tem causado danos à mata atlântica e aos lençóis freáticos do Estado. A Prefeitura defende a medida e quer estendê-la para 12 mil pontos.
Um dos boletins de contestação publicado no Diário Oficial da Cidade defende o uso da madeira ecológica de plástico e acusa a Prefeitura de fomentar um plantio questionado juridicamente em três cidades da região do Vale do Ribeira, na divisão entre São Paulo e Paraná. A argumentação também diz que a secagem desses postes após a lavagem demora até três meses e é feita com arsênico, produto altamente poluente. As empresas ainda ressaltam que o poste de eucalipto dura em média três anos, ante os sete anos da madeira ecológica.
‘Choradeira’. O governo argumenta que “as especificações dos pontos de madeira de eucalipto estão de acordo com as legislações vigentes” e os questionamentos jurídicos ao plantio se limitam a três cidades do Vale do Paraíba.
Para empresas que disputam o pregão, entretanto, o material usado para proteger o eucalipto contra fungos e cupins também pode causar danos ambientais.
Já a ONG SOS Mata Atlântica apoia o plano. “Hoje 70% da madeira comercializada em São Paulo é ilegal. É claro que usar o eucalipto de replantio é melhor opção. As empresas que vivem do comércio da madeira estão articulando essa choradeira para barrar uma medida ótima”, avaliou Mário Mantovani, coordenador da SOS.
Com as informações de Agência Estado