O presidente do Metrô, Sergio Avelleda, afirmou que estação Angélica da futura linha 6 – Laranja não ficará em frente ao estádio do Pacaembu, mas que será construída em algum ponto “entre a praça Charles Miller e a Avenida Angélica”. Ou seja, dentro de Higienópolis.
Segundo Avelleda, a mudança do local da estação, anunciada nesta quarta (11) pelo jornal “Folha de S.Paulo”, não foi motivada pelo abaixo-assinado dos 3.500 moradores do bairro contrários à obra. “Foi por razões de ordem técnica”, diz. De acordo com o presidente da companhia, extremidades das plataformas das estações Angélica e Mackenzie (esta última, da linha 4-Amarela) ficariam a apenas 500 metros uma da outra, o que causaria congestionamentos de trens e transtorno aos usuários.
“O que buscamos agora é um equilíbrio de velocidade e uma localização que atenda a dois bolsões: o da Faap e o da Avenida Angélica. Também queremos que a estação fique mais próxima da estação da PUC. Se a colocarmos no Pacaembu ficará um buraco. Nós fazemos metrô para toda a cidade”, afirma o presidente.
Agora, o Metrô estudará terrenos e perfis geológicos compatíveis para a instalação da nova estação, ainda no chamado “miolo” do bairro. Avelleda diz ainda que essa mudança não afetará a atratividade de passageiros, que, segundo pesquisa da companhia, será de 25.000 pessoas por dia. “Podemos atender a esse público sem necessariamente estar na esquina da Angélica. Mas haverá, sim, uma estação no meio do bairro.”
Gente diferenciada
A mudança na localização da estação Angélica provocou polêmica nas redes sociais. Indignados com o possível lobby dos moradores contra a obra (negado pelo Metrô), mais de 11.000 internautas se mobilizaram no Facebook para organizar o Churrascão da Gente Diferenciada, marcado para sábado em frente ao shopping Higienópolis.
No Twitter, o jargão “gente diferenciada” chegou ao topo dos Trending Topics (assuntos mais comentados). A expressão foi dita ao jornal “Folha de S. Paulo” por uma psicóloga, no ano passado, quando começou o movimento contrário à estação. “Não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada…”
Fonte: Veja