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Segurança no sistema metroferroviário: como garantir vidas e o bom funcionamento?

A rápida urbanização do País tornou a mobilidade urbana um dos maiores desafios para a gestão de segurança e risco. Transportar vidas com segurança é um assunto prioritário, desafiador e complexo, uma vez que os problemas que, porventura, aconteçam, afetam toda a cadeia do transporte. Por isso, administrar os riscos é fundamental.

Nos trilhos, os imprevistos são muitos, e as consequências podem envolver críticas sobre a performance do sistema metroferroviário, que opera com capacidade de transporte de 40 a 80 mil passageiros por sentido a cada hora, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT). Diante desse cenário, é enorme a responsabilidade de cuidar e conduzir as pessoas ao seu endereço final, sobretudo porque, durante o trajeto, elas também estão expostas a acidentes, incidentes, assaltos e outros transtornos que afetam o estado físico e psicológico.

Iniciativas como a de gestão de segurança e risco mitigam todos os contratempos e seus efeitos por meio do planejamento, que deve assegurar a integridade de todos os envolvidos. Entre as ações, há três pilares importantes a serem ressaltados:

Agentes de Segurança – é preciso treinar e capacitá-los com cursos de atendimento ao cliente e defesa pessoal, sendo crucial para o bom andamento do sistema metroferroviário, pois carregam a enorme responsabilidade de cuidar e conduzir os passageiros ao seu destino.

Passageiros – é importante conhecê-lo, o que ele sente, do que gosta, quais são seus hábitos, o que o incomoda, o que o deixa feliz e como o serviço pode encantá-lo.

Material rodante – são ativos da empresa que valem dinheiro e representam um grande investimento. Trens ociosos, avariados e vandalizados prejudicam o negócio de diversas formas, refletindo nos custos com manutenção e, ao mesmo tempo, limitam o fluxo operacional e a capacidade de transportar um maior número de pessoas, desenvolvendo uma imagem negativa devido à demora no tempo de espera nas plataformas e à superlotação dos vagões.

É importante refletir sobre os pontos acima para contornar a vulnerabilidade do percurso e oferecer proteção. Como a atividade de movimentação de pessoas pressupõe a coordenação de operações internas e externas, o controle deve ser preciso e rigoroso para que tudo corra bem. A melhor forma de amenizar ameaças é por meio do conhecimento e do planejamento. Nesse contexto, o plano de gerenciamento de segurança e riscos é, resumidamente, um conjunto de práticas que uma determinada empresa seleciona para se organizar e aperfeiçoar o controle a fim de evitar acidentes e incidentes durante toda sua operação. Essa prática consiste em analisar todos os riscos em potencial e incorporar ferramentas e técnicas que preservem a empresa e a deixe preparada para lidar com transtornos.

As vantagens desse plano estratégico são muitas, pois, com ele, o sistema metroferroviário identifica as principais ameaças do segmento por meio de estudos, que envolvem a análise da mancha criminal, assim como a implantação de um comitê de crise para buscar mitigar os incidentes, acidentes, roubos e furtos. Além disso, é possível reduzir os prejuízos operacionais com a introdução de novas tecnologias.

Os agentes de segurança, por exemplo, podem utilizar câmeras acopladas aos uniformes para aprimorar o atendimento. Chamadas de “BodyCam”, elas ampliam a transparência na atuação dos seguranças e têm a capacidade de gravar e tirar fotos em alta definição, auxiliando na abordagem de ocorrências. Outro exemplo é a Inteligência Artificial, que consegue identificar, classificar e distinguir imagens de pessoas armadas, ocorrências de brigas e quantidade de passageiros no sistema metroviário.

Como vimos, se preocupar com a segurança no transporte de alta capacidade nunca é demais. Afinal, tudo que um empresário deseja é saber que o transporte de vidas do seu negócio acontece em perfeita ordem, sinergia e eficiência. Dessa maneira, é possível ter mais lucros, atender aos clientes com excelência operacional, expandir sua atuação e, assim, se tornar mais competitivo e relevante no mercado. Quanto mais otimizados são os processos e os ciclos operacionais de um negócio, mais seguro e preciso ele se torna.

Um sistema metroferroviário seguro e de qualidade é a garantia da democratização do acesso às oportunidades de emprego, renda e de integração social. Além disso, permite o aumento da qualidade de vida e da mobilidade urbana do cidadão.

*Márcio Fagundes Pereira é consultor de segurança empresarial da ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.

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