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Ônibus em SP levou mais passageiros, mas frota permaneceu inalterada

Levantamento Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) aponta que número médio de passageiros por dia aumentou em 300 mil de janeiro para fevereiro enquanto a quantidade de ônibus permaneceu inalterada na cidade de São Paulo, de acordo com o Monitor de Ônibus SP, ferramenta online onde é possível acompanhar indicadores do transporte público por ônibus paulistano.

O estudo revela que o aumento de usuários no transporte por ônibus ocorre de forma gradual desde maio de 2020. Em média, 5,3 milhões de passageiros utilizaram os ônibus públicos da cidade de São Paulo em cada dia útil de fevereiro deste ano. O número representa 300 mil passageiros a mais do que a média de janeiro de 2021.

De acordo com o estudo, desde maio de 2020, após os primeiros meses de maior adoção do distanciamento social, o número de pessoas se locomovendo por ônibus tem aumentado gradualmente. Enquanto isso, a frota paulistana permaneceu com uma média de 12 mil ônibus circulando em dias úteis desde junho do ano passado.

Foto: Samuel Rocha

Usaram os coletivos, em média, 4,7 milhões de passageiros em cada dia útil de setembro de 2020. Em outubro, 4,9; em novembro, 5,1; em dezembro, 5,0; e a mesma quantidade em janeiro. Tipicamente, menos passageiros utilizam o transporte público por ônibus nos meses de férias (dezembro e janeiro), o que explica as menores médias observadas no período. Entretanto, era de se esperar um aumento de passageiros para fevereiro tendo como base a tendência recente. Ao mesmo tempo, a quantidade de ônibus circulantes em dias úteis seguiu em torno de 12 mil desde junho do ano passado.

“Para evitar aglomerações no transporte público por ônibus, por que não manter minimamente a frota em sua capacidade operacional pré-pandemia?”, pergunta David Tsai, pesquisador do IEMA.

A frota está menor do que já foi no passado recente, imediatamente antes da pandemia de coronavírus chegar ao Brasil”, ressalta Felipe Barcellos e Silva, pesquisador do IEMA. Como a aglomeração pode favorecer a transmissão do vírus, seria importante aumentar a frota para evitar esse problema. “A pandemia de coronavírus parece estar mais infecciosa no Brasil e a falta de ônibus em circulação no horário de pico se torna uma sensível e importante questão de saúde pública, bem como de direito de circulação digna das pessoas. A pandemia tem colocado em xeque, Brasil afora, os modelos vigentes de sustentação do transporte público coletivo. Faz-se necessário viabilizar formas de garantir um adequado e constantemente aprimorado sistema de mobilidade para a população”, comenta Silva.

Antes da crise sanitária no Brasil, a capital paulista tinha, em média, 8,4 milhões de passageiros de ônibus municipais por dia útil de fevereiro de 2020, 60% a mais do que no mesmo mês de 2021. De acordo com Tsai, embora a quantidade de passageiros seja menor, a concentração em horários de pico continua ocorrendo. “Grande parcela da população continua precisando se deslocar para trabalhar e, para tanto, depende do transporte público.”

O comunicado do estudo diz ainda que em abril e maio do ano passado, a frota média de ônibus circulantes na cidade de São Paulo foi reduzida para, aproximadamente, oito mil veículos. Na época, a medida foi criticada por favorecer a aglomeração de passageiros, mesmo com a demanda de viagens menor do que antes da pandemia. O número médio de passageiros era de, respectivamente, 2,7 e 2,9 milhões por dia útil. No mês seguinte, a frota foi ajustada, tendo se estabelecido em cerca de 12 mil coletivos. Esse valor segue até agora.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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