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Recordar é viver

O dia em que um VLT da Cobrasma que operou no Rio de Janeiro, foi parar em Campinas

Você sabia que um veículo leves sobre trilhos já operou no Rio de Janeiro e em Campinas, no interior de São Paulo?Para entender essa história, primeiro é necessário falar sobre o chamado pré-metrô no Rio de Janeiro.

Os trens foram produzidos pela Cobrasma e operaram na capital fluminense em trechos onde o Metrô não estava completo. Na estação Maracanã era o ponto de conexão então do chamado pré-metrô, e o Metrô convencional.

Foram comprados 68 carros por meio de uma licitação feita em 1975. Em 1977, a Cobrasma foi declarada vencedora. Os primeiros 8 carros viriam da Bélgica, e os 60 demais seriam produzidos em São Paulo. O primeiro trem chegou no Rio de janeiro em 1979, vindo da Bélgica. Apenas em 1981 dois trens levaram passageiros na Linha 2 do metrô do Rio em São Cristóvão e Maracaná.

Houve modificações nos trens posteriormente para operação nos demais trechos, como mudanças no sistema de energia, dos pantógrafos para coletores no terceiro trilhos. Na linha 2 chegaram a rodar em uma mesma linha, VLTs e Trens pesados. Há relados de projeto de 1970 que previa um pré-metrô com traçado semelhante ao do BRT Transcarioca.

Após algumas desativações e reativações, e até um acidente entre dois trens, o sistema operou apenas com cerca de 30 trens, isso por conta de um acordo contratual para o fornecimento de parte dos trens produzidos para Campinas.

Naquela época, nos anos 90, houve o empréstimos das composições entre o Rio e Campinas que poderiam transportar 250 passageiros. Elas foram encaminhadas para reforma nas instalações da Cobrasma em Sumaré, para que fossem repostos diversos componentes que haviam sido canibalizados para a manutenção da frota carioca.

Aproveitou-se a oportunidade para se aplicar uma nova pintura aos carros, além das portas terem sido adaptadas para a configuração das estações campineiras, cujas plataformas ficavam a 950 mm do chão. A Siemens forneceu equipamentos eletrônicos para os carros, enquanto que a ABB se encarregou dos equipamentos de tração.

E entre 1991 e 1995 Campinas teve seu VLT em operação, um sistema fracassado que levava apenas 4 mil passageiros por dia, contra os 20 mil esperados. O sistema arrecadava mensalmente 30.000 reais, mas a um custo de 400.000 reais

De acordo com o jornal campineiro Correio Popular os dois carros usados nessa primeira inauguração foram devolvidos ao Rio de Janeiro em 13 de dezembro de 1990. Os trens do pré-metro operaram no Rio até 2004.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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