Mobilidade Urbana

Grandes cidades serão salvas por trens, ônibus, bikes… e pelo home office

A maioria das pessoas que conheço (o leitor talvez se identifique) cumpre expedientes de trabalho muito parecidos: chega à empresa entre sete e dez da manhã, e saí por entre cinco da tarde e oito da noite. Em muitos casos, horários diferentes seriam possíveis, mas demandariam uma grande mudança cultural. Mas existe outra alternativa, totalmente viável para muitas funções, que começa a ajudar a diminuir os congestionamentos nos horários de pico de trânsito: o home office.

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Seja honesto: com uma boa conexão de internet, um Skype, Messenger ou programa similar e um celular emprestado pelo patrão, você não conseguiria fazer quase tudo de casa?

Uma pesquisa do Top Employers Institute mostra que cerca de 15% das empresas brasileiras já adotaram esse regime de trabalho para ao menos parte de seus empregados. O índice ainda é baixo, comparado ao registrado em países europeus ou nos Estados Unidos, mas cresce com velocidade. No começo de 2013, a taxa era de apenas 6%.

Trata-se de aproveitar as novas tecnologias para deixar o funcionário menos estressado e, indiretamente, melhorar o trânsito nas grandes cidades. A concentração de trabalhadores que entram e saem do trabalho em horários muito parecidos é a principal responsável pelas filas que você enfrenta de segunda a sexta-feira, não apenas para sair e voltar para casa, mas também para almoçar, ir ao banco no quinto dia últil do mês, etc.

Críticos do home office ponderam, entre outros problemas, que o trabalhador sente falta da sociabilidade, da convivência com os colegas. O argumento é legítimo e digno de uma discussão maior.

Apesar disso, em relação à mobilidade urbana, é inegável que esse regime de trabalho seria um grande avanço, principalmente para as regiões mais populosas e as chamadas “cidades-dormitório”. Em São Paulo, poderia contribuir para minimizar o calvário diário dos moradores da zona leste.

Afinal, não faz sentido que o equivalente à população de um Uruguai tenha que se deslocar ao centro de manhã e voltar à noite. Para levar tanta gente, não há Radial Leste, Linha 3-Vermelha, Linha 11-Coral ou 12-Safira que dê conta.

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Sobre o autor do post

Pedro Craveiro

Pedro Craveiro é jornalista, paulistano, aficionado pela cidade, por mobilidade e pelo transporte público.

Via Trolebus