Na semana passada a Globo exibiu uma reportagem sobre os trólebus na cidade de São Paulo, como solução a mobilidade sustentável já que os ônibus elétricos não possuem escapamento, embreagem, ou motor barulhento. A cidade de São Paulo tem hoje 192 trólebus em uma frota de 15 mil veículos.
A reportagem destaca que alguns passageiros preferem o elétrico, mesmo com alguns problemas, como a falta de energia ou demora entre veículos. Os pontos a favor são a maior duração da frota e os veículos mais silenciosos e que não poluem o ar. Quanto aos pontos negativos, a materia diz que eles custam o dobro de um ônibus a diesel, e a rede elétrica é cara e precisa de manutenção.
O que chamou a atenção na matéria é a opinião do consultor do SPTV, Sérgio Ejzenberg, que fez uma avaliação diferente. “O sistema de trólebus é um sistema muito amarrado, muito engessado à linha aérea e nós vivemos uma realidade em SP e no Brasil em geral das cidades muito vivas, que se recriam, se desenvolvem rapidamente. Aí uma linha engessada deixa de atender a uma demanda.”
Talvez Sérgio esteja mal informado sobre as novas tecnologias empregados nos trólebus, como o uso de baterias que podem dar autonomia ao veículo em caso de panes. Inclusive, já chegaram os primeiros veículos de um lote de 50 unidades para a cidade, justamente com essa tecnologia. Outros 20 trólebus também já estão na garagem da Metra, que opera o corredor São Mateus – Jabaquara.
O Consultor também ignora a ampliação da frota de trólebus em várias cidades da europa, como em Roma, e outros municípios do mundo.
Outro erro da reportagem é sobre o custo do trólebus. Colocando na balança, o ganho ambiental que se tem investindo nos elétricos, cobre estes gastos excedentes. A má qualidade do ar custa pelo menos US$ 1 bilhão – cerca de R$ 2,3 bilhões – aos cofres públicos brasileiros a cada ano, principalmente com as mortes ou tratamento de doenças associadas direta ou indiretamente à poluição. (Imagem: Divulgação da Metra)